Kayc Alves
Da redação
A Vigilância em Saúde Ambiental de Barra do Garças alerta os moradores que foi encontrado no dia 26 de junho um triatomíneo, mais conhecido como barbeiro, com resultado positivo para o protozoário transmissor da doença de Chagas. De acordo com os registros, é a primeira aparição de um inseto infectado em quase 20 anos. Segundo a vigilância, há cuidados que podem ser tomados pela população para evitar o contato e a proliferação do barbeiro em locais habitados por humanos.
Um morador encontrou o inseto em sua própria residência, no bairro BNH, e o levou até a Vigilância em Saúde Ambiental. Segundo o departamento, ligado a Secretaria Municipal de Saúde, a proximidade do local com o Parque Estadual Serra Azul pode ter condicionado a ocorrência, pois o ambiente silvestre é o habitat natural do barbeiro.
De acordo com nota enviada ao Semana7, nem todo triatomíneo é transmissor da doença de Chagas. Para se ter ideia do quanto a ocorrência é incomum, de acordo com o Escritório Regional de Saúde, nos registros de 2000 até a presente data, esse é o primeiro caso em Barra do Garças. Para que o inseto seja um potencial vetor é preciso que ele esteja infectado com o protozoário Trypanosoma cruzi. A transmissão ao homem acontece, geralmente, após o barbeiro sugar o sangue do indivíduo e depositar suas fezes próximas ao local.
A vigilância afirma que, ao encontrar o inseto, não se deve mata-lo. Primeiramente, é importante que o município se certifique de que ele está infectado ou não e tome as devidas providências. Por isso, o barbeiro deve ser levado à sede da Vigilância em Saúde Ambiental, no Centro Regional de Referências em Especialidades (conhecido como Cecap).
Com a identificação da primeira ocorrência, a vigilância faz uma varredura na localidade com o objetivo de detectar outros insetos e constatar se também são positivo para a transmissão de Chagas. Esse estudo possibilita que medidas como o controle químico sejam aplicadas para eliminar qualquer barbeiro no local.
Caso uma pessoa encontre um triatomíneo, para evitar sua própria contaminação, é importante que ela tome alguns cuidados. O inseto não deve ser esmagado, apertado, batido ou danificado, até que seja levado para a vigilância. Ao captura-lo, a pessoa precisa proteger as mãos com luva ou saco plástico e o acondicionamento dele deve ser feito em um recipiente plástico, com tampa de rosca, de preferência vivo.
Vigilância em Saúde Ambiental

Todas essas espécimes pode carregar o parasita que causa a doença de Chagas
Casa limpa
A incidência da doença de Chagas está relacionada a condições habitacionais, mas também a forma como as casas são conservadas. Segundo a Vigilância em Saúde Ambiental, cuidados quanto à limpeza dos quintais e ao não acúmulo de entulho e outros materiais são importante para se proteger da doença.
Lenhas, telhas e entulhos de qualquer natureza são materiais que devem ser evitados no interior e nos arredores das residências. A vigilância também aconselha que sejam retirados ninhos de pássaros dos beirais das casas e que não seja construído galinheiro e chiqueiro em área urbana. Rebocar as paredes e tapar rachaduras e frestas também são práticas aconselhadas. Outra conduta de segurança é o uso, nas portas e janelas, de telas que bloqueiem a passagem de insetos.
A doença
Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a doença de Chagas apresenta uma fase aguda, que pode ser sintomática ou assintomática, e uma fase crônica. A última pode se manifestar nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. A maior parte dos portadores da doença (cerca de 70%) permanecem de duas a três décadas na forma assintomática ou indeterminada.
Os sintomas podem ser diferentes nas duas fases da doença. Quando na aguda, o paciente pode apresentar febre prolongada (mais de 7 dias), dor de cabeça, fraqueza intensa e inchaço no rosto e pernas. Quando na crônica, a ausência de sintomas é comum, mas algumas pessoas podem desenvolver problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca e problemas digestivos.
Em caso de suspeita da doença, a pessoa deve procurar imediatamente a unidade de saúde de sua região. Se o diagnóstico for positivo, o tratamento deve ser orientado por um médico.