A Defensoria Pública da União (DPU) enviou, nessa terça-feira (8), uma recomendação aos órgãos federais pedindo a retirada imediata de invasores da Terra Indígena Sararé, que fica entre os municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade.
Dados do governo federal apontam que o território ocupa o primeiro lugar no ranking de alertas de garimpo ilegal entre todas as terras indígenas do país. Estima-se que cerca de 5 mil garimpeiros atuam na região.
De acordo com a Defensoria, as operações realizadas no território com intuito de reprimir o avanço do garimpo ilegal têm produzido resultados temporários, tendo em vista que, após finalizadas, o garimpo retorna às atividades.
O documento acrescenta que “as operações costumam ocorrer com intensa reação violenta e armada por parte dos criminosos”, colocando em risco a integridade dos policiais e dos indígenas.
Ainda no pedido, a DPU destaca a necessidade de um plano de atuação mais complexo, com estruturas e ações integradas a longo prazo. O prazo para resposta é de 15 dias úteis.
A Terra Indígena Sararé é habitada por cerca de 200 indígenas Katitãuhlu, da etnia Nambikwara, organizados em diversas aldeias. O território, que tem acesso facilitado por estar às margens da BR-174, possui cerca de 67.420 hectares de extensão e foi demarcado em 1985.
Nos últimos anos, a região tem sido alvo de uma intensificação das atividades garimpeiras, que ameaçam não apenas a integridade do meio ambiente, mas também a saúde e os modos de vida das comunidades indígenas locais.